Pensar na vida, nos conceitos, nos relacionamentos... o que nos resta além disso?

domingo, 25 de janeiro de 2009

O buraco existencial

Pensar na vida dói. Quem está lá no seu canto, entorpecido pelo ópio que nossa sociedade oferece: da religião, das ideologias, à novela das 8 e ao futebol, de certa forma está numa posição bem mais confortável do que aquele que se propõe ao exercício do pensamento sobre a sua vida... não desmereço o ópio acima citado... ele tem também lá o seu papel benéfico, mas há quem ache que a vida é só isso... e não é...

Mas pensar em que? Eu comecei a minha empreitada assim: "Por que sou assim"... comecei a pensar sobre as minhas atitudes, sobre as minhas contradições, sobre as minhas qualidades, meus defeitos... por que ajo assim, e não assado diante de certas coisas... será que não posso mudar???

Isso que chamo de "começo" já poderia ser uma jornada de uma vida... mas daí vem mais coisas a serem pensadas... mais reflexões... caí num buraco... o buraco existencial...

sábado, 17 de janeiro de 2009

O inesperado e a vida...




Um dia entre muitos outros, quase iguais, com a doce rotina e a previsibilidade arrastando nossas ações, e de repente, o imprevisível surge como um sol, rasgando o véu da noite... imprevistos não são de todo ruins, mas igualmente não são de todo bons... o que muda mesmo a chegada do imprevisto é o estado de espírito em que nos achamos... dependendo disso mesmo, o que é bom pode ficar ruim e o que é péssimo pode ficar ainda pior. O que fazer, então? Há quem vive em função dos imprevistos e vive maquinando dia e noite um plano "B" para toda e qualquer coisa da sua vida. Não digo que essa estratégia é de todo ruim, pois assim, a pessoa se impacta menos quando surge o "sol". Por outro lado temos as pessoas que vivem tão tranquilamente que não param nunca pra pensar no "e se...". As duas pontas dessa linha são por demais bruscas... talvez o ideal seja o equilíbrio... me preparo para alguns imprevistos, mas vou deixar para pensar em algumas coisas apenas se elas de fato ocorrerem! 'Nesse momento de racionalização pode-se chegar a um outro dilema: o que eu deixo pra pensar depois, se acontecer, e o que posso deixar ao sabor do acaso? Só que chegar a esse ponto já levou à reflexão... então... já valeu!
Imagem retirada do Site Corbis.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Se a vida não é perfeita... também não é tão ruim assim...

Você já leu "Édipo Rei"? Quase todos conhecem a história de Édipo: o homem que liquidou a Esfinge e ganhou por isso a Coroa e a Rainha de Tebas. Posteriormente, Édipo proclama um castigo terrível sobre o homem que matou o Soberano anterior de Tebas, que foi morto em uma viagem. No fim Édipo descobre aterrorizado que ele é o assassino que procura e que além disso é filho desse soberano assassinado e que se tornou marido da própria mãe, a rainha Jocasta. O fim de Édipo é terrível. Jocasta morre de desgosto e ele fura seus olhos afirmando:

"Não quero mais ser testemunha de minhas desgraças, nem de meus crimes! Na treva,
agora, não mais verei aqueles a quem nunca deveria ter visto, nem
reconhecerei aqueles que não quero mais reconhecer!"

"Mas ninguém mais me arrancou os olhos; fui eu mesmo!
Desgraçado de mim! Para que ver, se já não poderia ver mais nada que fosse agradável a meus olhos?"

Qualquer tentativa de resumir Édipo Rei seria malfadada... por favor leiam na íntegra essa peça magistral que tanto diz ao nosso próprio respeito, pois nós também nos recusamos a ver quem realmente somos! Olhar para dentro de si e encontrar talvez aquilo que mais maldizemos nos outros é uma busca corajosa, mas cabe a nós empreendê-la!

http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cv000024.pdf