Pensar na vida, nos conceitos, nos relacionamentos... o que nos resta além disso?

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Uma das piores coisas que pode acontecer com uma pessoa é a não-aceitação de um fato sobre o qual nada se pode fazer a respeito. Ficamos ali chafurdando os restos de fatos imutáveis como se pudéssemos com esse desvario alterar aquela realidade estática. E quando não temos lucidez para perceber que devemos procurar outros caminhos diferentes para atingir metas diferentes? E quando acreditamos que a impossibilidade do nosso "ideal" inviabiliza qualquer outra esperança de realização? Ficamos em loop e acabamos sendo tragados com crueldade pela infelicidade e pela frustração... a única saída é sofrer um pouco com a nossa teimosia infantil... muitas vezes, mas não necessariamente, precisamos passar por isso até fazer com que novos desejos e metas sejam criados e buscados. A necessidade de repetição é marcante no ser humano. Isso não quer dizer que não devemos ter perseverança naquilo que nos propomos a fazer, mas há um limite quase imperceptível entre a perseverança e a teimosia. A perseverança busca alternativas, procura outras formas de acontecer. A teimosia obstinada tem muito que falar de um monstrinho interior que não quer ser contrariado e custe o que custar precisa ser satisfeito. Crescer não é só para crianças.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

A Sociedade e a Liberdade de ir e vir

Nossa sociedade impõe padrões em todos os aspectos de nossas vidas e ai de quem se revolta com as imposições do nosso mundo...ai da mulher que é solteira aos 35 e que não casou ainda... ai dela se pensar em ter filho sem ser "bem"casada... ai de quem decide gostar do mesmo sexo... ai de quem casou e quer separar... são tantas imposições, censuras e punições para manter todo mundo no "cabresto" e na necessidade de repetição! Mesmo assim as coisas não funcionam como esperamos e o próximo ai de quem decidiu transgredir um desses conceitos impostos é uma grande sensação de culpa com a qual as pessoas não sabem como lidar. Mas isso não quer dizer que quem decide não transgredir, seja por medo do desconhecido, seja por comodismo seja mais feliz, pois as frustrações estão todas lá e a pessoa tem que lidar com elas. Quando nascemos os conceitos com os quais precisamos lidar no decorrer da nossa existência já estão todos lá: boa família é assim, bom filho é assim, bom pai e boa mãe são assim... É difícil primeiramente compreender esses conceitos, quem dirá optar por ser diferente. Quem o faz quase sempre cai em um processo sutil ou escancarado de punição social, auto-punição e sofrimento. Mas será que se tivermos coragem para escolher novos conceitos para a nossa vida, ainda assim poderíamos nos considerar livres? Será nosso conceito de liberdade também ilusório?

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

O sonho, o desejo e a realização

O desejo está por trás do sonho ou o sonho por trás do desejo? Onde uma coisa se confunde com a outra o sonho parece um artifício para a realização, pelo menos um remédio para a impossibilidade evidente e cruel. Um dia é sonho com um recorte de cada pedaço do que se viveu... parece um vômito do inconsciente, reclamando daquilo que entrou e que de todo não saiu. Outro dia o sonho parece real... tem gosto de real, foi real demais para ser sonho... Tem também sonho ruim que nos conecta com tudo que tememos... Pois um dia se sonha com uma coisa e depois disso a coisa danada acontece! Predição? Não creio... acho mesmo que a coisa de certa forma já estava lá escondidinha... passou em algum momento para um plano consciente, cai num mundo de possibilidade onde podemos ou não decidir contribuir com ela e "voilá", um dia o sonho se torna real. No entanto é mais fácil não assumir a responsabilidade quando se sonha... "-não é culpa minha! Simplesmente sonhei! :) "